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domingo, 20 de março de 2011

(Março 2011) Uma espécie de tapete voador podia ser observada na feira Marmomacc do ano passado, no estande da empresa La Pierre de France: o designer Jean-Michel Wilmotte tinha realizado o teto em forma de onda que lembrava em muito a antiga história de As 1001 Noites. Mas atenção: tratava-se de uma construção de calcário, milimetricamente fino, sobre uma colmeia de alumínio.
Essas combinações de rochas muito finas com um material de sustentação existem há algum tempo no mercado. Contudo, o que jamais havia aparecido antes é a capacidade de dobrar essa combinação de materiais. O know-how disso foi desenvolvido pela Stone Performance, uma afiliada da La Pierre de France dedicada à tecnologia. Os tapetes voadores de rocha são produzidos em Portugal.
A particularidade reside, entre outros pontos, na escolha da cola exata e da temperatura correta para a dobradura. Abid Farsak, diretor da Stone Performance, acrescenta mais um aspecto: „É necessário saber que rochas utilizar e qual o melhor sentido para a formatação, pois côncavos e convexos não seguem um mesmo padrão“. Afirma: „Até aqui conseguimos dobrar com sucesso um módulo com rocha de cerca de 6 mm combinada com uma colmeia de alumínio de 20 mm em um raio de 3,4 m.” Isso depende da propriedade mecânica de cada tipo de rocha e do processo produtivo. „Mas apesar disso, nossos projetos têm ultrapassado limites com frequência“, acrescenta ele.
Uma resina para a fixação da lâmina de rocha não é necessária. Farsak completa: „Nosso objetivo é manter o material tão natural quanto possível.“
Essa tecnologia abre aos arquitetos um amplo horizonte de possibilidades. Afinal, com a Tecnologia-SPP (Stone Performance Process = lâmina de rocha mais colmeia metálica mais subconstrução para a instalação em uma parede) formas circulares deixa-se compor sem grandes investimentos em materiais. Aplicações disso já estão em funcionamento em uma butique da Yves Saint Laurent em Baku, no Azerbaidjão. O famoso arquiteto Jean Nouvel instalou com esse processo uma cobertura pendente na avenida Champs Elysées, em Paris.
„A Stone-Performance liberta os arquitetos de limites até aqui restritos na aplicação de placas rochosas. A composição de fachadas deixou de ser uma simples administração de juntas e articulações“, aposta Abid Farsak. As novas – „modernas“ – propriedades que as placas rochosas obtêm nesse processo ele resume em „grandes tamanhos, leves e fáceis de fixar“. A durabilidade da material mantém-se inalterada.
Antecessores do tapete voador de rocha podem ser encontrados em placas de rochas finas sobre diferentes materiais de sustentação, fornecidas por diferentes empresas no mercado atual. Sua grande vantagem está sobretudo no peso diminuto: com cerca de 15 kg por m², elas pesam um sexto das placas normalmente aplicadas em fachadas. Isso permite que também se encomendem às fábricas unidades de tamanhos maiores e ainda que se economize tempo e espaço no momento da instalação.
Por fim, placas dobradas ajudam o fabricante a economizar rochas: até agora, formas circulares precisavam ser serradas de blocos maciços, com grande perda de material.
Contudo, placas milimetricamente finas podem ainda ser consideradas rocha? O cliente não estaria pagando por um material e recebendo outro, ou seja, está sendo respeitado seu direito a receber aquilo que encomendou?
Quem responder a esta pergunta estará de qualquer modo expondo seu gosto pessoal. Afinal não existe uma medida objetiva sobre qual a espessura mínima para caracterizar rochas. Será que em uma placa de fachada com 3 cm de espessura estaria marcando a outra ponta deste limite? Nesse caso, os revestimentos de piso normais, com 1 cm, já não seriam mais rocha.
E no final desse raciocínio, não acabaria sendo reconhecida como rocha ornamental apenas a pedra mesmo, antes de ser retirada de uma pedreira?
Mais uma informação sobre a empresa La Pierre de France: trata-se de uma holding de diferentes empresas francesas do setor, fundada em 2008. Seu objetivo é desenvolver esse setor tanto através da inovação em produtos como também com novas técnicas e marketing. Segundo a revista Pierre Actual (10/2010) informa, La Pierre de France envolve 40 pedreiras e 6 empresas beneficiadoras. Naquele momento, no início de novembro do ano passado, um escritório de exportação e uma construtora de estradas haviam recém se juntado ao grupo.